O Papa é argentino, mas o café é brasileiro e é baiano
Chego em Caconde pensando em como conseguir fazer o conhecido rafting da cidade numa terça-feira.
Mando mensagens pra um amigo enquanto almoço e ele me consegue o telefone de alguém que trabalha na agência e minha aventura começa a ficar mais palpável. Eu pago a conta animada e trombo um pacote de café no caixa. “Café do Papa”, produzido em Caconde.
Se o Papa toma e eu estou aqui, claro que eu vou tomar. Saio do restaurante em frente à praça da matriz e entro na loja do Brigante, uma mistura de ferragista, armazém e papelaria a procura de informações sobre cafeterias na cidade. No balcão vejo mais pacotes do Café Bazilli à venda, o café do papa. Começo a me interessar não só por tomar o café, mas por saber mais detalhes dessa história. Aquele curso de barista que sempre quis fazer emerge em mim. Pergunto o motivo de ser o café do Papa e me recomendam falar com a Roberta. Eu antes quero tomar o café, para ter impressões próprias. Andando pelo centro esbarro a primeira cafeteria, mas lá não tem café Bazilli. Sonolenta pós almoço tomo o café da casa, também produzido em Caconde, de uma torração mais acentuada, sabor mais intenso. Diz que o café agora é exportado para o Canadá.
O papo está muito bom, mas pago o cafezinho e continuo andando pelo centro de Caconde a procura do café do Papa. Encontro numa esquina a cafeteria Toda da Mídia, uma mistura de café, sorveteria, açaizeiro eeeeee locadora de vídeo. Sério, se estiver por Caconde, vale conhecer. Lá encontro o café Bazilli tirado numa cafeteira amarela super charmosa.
A Deca, proprietária da Toca da Mídia me recebe super bem e conta que o lugar começou como vídeo locadora ainda nos tempos do vhs. O espaço foi se reconfigurando e antes a locadora com cafezinho foi virando cafeteria e a locadora quase, QUASE, sumindo.
Ela liga para a Roberta Bazilli e eu vou finalmente descobrir a história desse café. Sugiro conversarmos no mirante da cidade de onde, além da vista exuberante da represa, também é possível avistar a fazenda de café Bazilli.
A Roberta me conta que tudo foi uma sincronicidade. Ela estava na cidade onde o chefe de cozinha que iria cozinhar pro Papa Bento XVI, em sua vinda ao Brasil, tinha um restaurante. Eles se conheceram nesta oportunidade, mas o café ele já conhecia e apreciava, então fez o convite. Na vinda do Papa Francisco mudaram o chefe de cozinha, mas o café a outra chefe decidiu manter.
A Roberta, que também é Q-Grader – O termo se refere a uma certificação mundial dada a profissionais de classificação e degustação de cafés. Ela pertence ao “Q Grader System”, uma série de exames práticos desenvolvidos pelo Instituto de Qualidade do Café colar o link – acha seu próprio café bem suave, bom para tomar sem açúcar.
Segundo ela o brasileiro tem uma memória gustativa de uma café queimado, que chamam de forte, mas quando se torra excessivamente o café perde as propriedades boas do café.
Mas saiba, não é só em visita ao Brasil que o Papa toma café brasileiro. Sim, desde 2011 o café servido no Vaticano, primeiro ao Papa Bento XVI e agora ao Papa Francisco, é café orgânico da Bahia. Não é o Bazilli de Caconde, mas também é brasileiro com muito amor.
O Papa é argentino, mas o café é brasileiro e é baiano.
Texto e Fotos: Michelle Magrini
Chego em Caconde pensando em como conseguir fazer o conhecido rafting da cidade numa terça-feira.
Mando mensagens pra um amigo enquanto almoço e ele me consegue o telefone de alguém que trabalha na agência e minha aventura começa a ficar mais palpável. Eu pago a conta animada e trombo um pacote de café no caixa. “Café do Papa”, produzido em Caconde.
Se o Papa toma e eu estou aqui, claro que eu vou tomar. Saio do restaurante em frente à praça da matriz e entro na loja do Brigante, uma mistura de ferragista, armazém e papelaria a procura de informações sobre cafeterias na cidade. No balcão vejo mais pacotes do Café Bazilli à venda, o café do papa. Começo a me interessar não só por tomar o café, mas por saber mais detalhes dessa história. Aquele curso de barista que sempre quis fazer emerge em mim. Pergunto o motivo de ser o café do Papa e me recomendam falar com a Roberta. Eu antes quero tomar o café, para ter impressões próprias. Andando pelo centro esbarro a primeira cafeteria, mas lá não tem café Bazilli. Sonolenta pós almoço tomo o café da casa, também produzido em Caconde, de uma torração mais acentuada, sabor mais intenso. Diz que o café agora é exportado para o Canadá.
O papo está muito bom, mas pago o cafezinho e continuo andando pelo centro de Caconde a procura do café do Papa. Encontro numa esquina a cafeteria Toda da Mídia, uma mistura de café, sorveteria, açaizeiro eeeeee locadora de vídeo. Sério, se estiver por Caconde, vale conhecer. Lá encontro o café Bazilli tirado numa cafeteira amarela super charmosa.
A Deca, proprietária da Toca da Mídia me recebe super bem e conta que o lugar começou como vídeo locadora ainda nos tempos do vhs. O espaço foi se reconfigurando e antes a locadora com cafezinho foi virando cafeteria e a locadora quase, QUASE, sumindo.
Ela liga para a Roberta Bazilli e eu vou finalmente descobrir a história desse café. Sugiro conversarmos no mirante da cidade de onde, além da vista exuberante da represa, também é possível avistar a fazenda de café Bazilli.
A Roberta me conta que tudo foi uma sincronicidade. Ela estava na cidade onde o chefe de cozinha que iria cozinhar pro Papa Bento XVI, em sua vinda ao Brasil, tinha um restaurante. Eles se conheceram nesta oportunidade, mas o café ele já conhecia e apreciava, então fez o convite. Na vinda do Papa Francisco mudaram o chefe de cozinha, mas o café a outra chefe decidiu manter.
A Roberta, que também é Q-Grader – O termo se refere a uma certificação mundial dada a profissionais de classificação e degustação de cafés. Ela pertence ao “Q Grader System”, uma série de exames práticos desenvolvidos pelo Instituto de Qualidade do Café colar o link – acha seu próprio café bem suave, bom para tomar sem açúcar.
Segundo ela o brasileiro tem uma memória gustativa de uma café queimado, que chamam de forte, mas quando se torra excessivamente o café perde as propriedades boas do café.
Mas saiba, não é só em visita ao Brasil que o Papa toma café brasileiro. Sim, desde 2011 o café servido no Vaticano, primeiro ao Papa Bento XVI e agora ao Papa Francisco, é café orgânico da Bahia. Não é o Bazilli de Caconde, mas também é brasileiro com muito amor.
O Papa é argentino, mas o café é brasileiro e é baiano.
Texto e Fotos: Michelle Magrini