Layout: lei, arte

É possível ouvir o barulho das folhas de papel sendo remexidas. O silêncio paira sobre os móveis de madeira envelhecida, os detalhes denunciam a personalidade de quem circula por aquele ambiente.
Não por acaso, Capivari é conhecida como a “Terra dos poetas”. De herança, filhos ilustres deste chão e desta arte, Amadeu Amaral e Rodrigues de Abreu. Num simples aviso de “Prohibida a Entrada” no coreto da praça, é possível perceber o desenho do que as palavras foram, são e serão.
Sob este firmamento, a doutora e a artista Solange Hoppe Padilha, divide-se entre a função de advogada e de poetisa, alinhava os pontos entre os tons dos artigos frios e as prosas suspirantes – “Comecei desde criança fazendo aulas de declamação com a professora Maria Ferreira de Toledo, a pessoa que deu voz a poesia de Capivari”.
Generosa ao falar dos amigos poetas, a Drª Hoppe, mostra um a um seus livros publicados, enfileirando-os na mesa, com o mesmo cuidado que merecem, como se fossem, delicadas porcelanas chinesas. Num destes, uma ilustração de traços suaves de um casarão, algo parecido com um sítio, leva a poetiza a pinçar uma de sua obra para nos mostrar, com um título mais adequado impossível:
Meu Canto
Aqui
neste lugar
o ambiente é permeado
por uma atmosfera de paz e harmonia
Isto é palpável.
Sanhaços
Bem-te-vis
Foguinhos
Correntinos
Garças
Sábiás
Pombas
Pintassilgos…
Sobrevoam o meu canto.
Aqui é o meu lugar.
Há rimas e inspiração no ar.
Hora da despedida. Ao abrir a porta, uma gélida brisa de outono invade e mistura-se ao ar quente do escritório criando uma suspeita: seria um vento ou mais uma estrofe a procura de sua dona?
“Eu sinto a poesia no ar, esta é a mágica do poeta. Depois que eu a coloco no papel, fico aliviada, como se eu tivesse cumprido minha obrigação.”
__
Texto e foto: André Romani
É possível ouvir o barulho das folhas de papel sendo remexidas. O silêncio paira sobre os móveis de madeira envelhecida, os detalhes denunciam a personalidade de quem circula por aquele ambiente.
Não por acaso, Capivari é conhecida como a “Terra dos poetas”. De herança, filhos ilustres deste chão e desta arte, Amadeu Amaral e Rodrigues de Abreu. Num simples aviso de “Prohibida a Entrada” no coreto da praça, é possível perceber o desenho do que as palavras foram, são e serão.
Sob este firmamento, a doutora e a artista Solange Hoppe Padilha, divide-se entre a função de advogada e de poetisa, alinhava os pontos entre os tons dos artigos frios e as prosas suspirantes – “Comecei desde criança fazendo aulas de declamação com a professora Maria Ferreira de Toledo, a pessoa que deu voz a poesia de Capivari”.
Generosa ao falar dos amigos poetas, a Drª Hoppe, mostra um a um seus livros publicados, enfileirando-os na mesa, com o mesmo cuidado que merecem, como se fossem, delicadas porcelanas chinesas. Num destes, uma ilustração de traços suaves de um casarão, algo parecido com um sítio, leva a poetiza a pinçar uma de sua obra para nos mostrar, com um título mais adequado impossível:
Meu Canto
Aqui
neste lugar
o ambiente é permeado
por uma atmosfera de paz e harmonia
Isto é palpável.
Sanhaços
Bem-te-vis
Foguinhos
Correntinos
Garças
Sábiás
Pombas
Pintassilgos…
Sobrevoam o meu canto.
Aqui é o meu lugar.
Há rimas e inspiração no ar.
Hora da despedida. Ao abrir a porta, uma gélida brisa de outono invade e mistura-se ao ar quente do escritório criando uma suspeita: seria um vento ou mais uma estrofe a procura de sua dona?
“Eu sinto a poesia no ar, esta é a mágica do poeta. Depois que eu a coloco no papel, fico aliviada, como se eu tivesse cumprido minha obrigação.”
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Texto e foto: André Romani